Faltando apenas uma semana para vencer a terceira licença consecutiva para tratamento de saúde, o retorno do prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano (PSDB), para comandar a gestão é uma incógnita. Essa incerteza tem gerado apreensão entre os mais aproximados do zenobismo que estão mamando nas tetas da muda.
Está perto de completar 90 dias de afastamento de ZT e de consequente mando do vice-prefeito Marcus Diogo (PSDB). A pergunta nos corredores da prefeitura é recorrente: afinal, Zenóbio volta ou não para concluir o mandato?
Os bastidores apontam que figuras “da cozinha de Zenóbio” estariam no fio da navalha, já que são da confiança de ZT e não de Diogo. O inquilino do Paço Municipal tem engolido à foça algumas peças da gestão para não desagradar o chefe.
Mesmo vigiado, Diogo está aproveitando esses meses para tentar se viabilizar politicamente, de olho na disputa paroquiana de 2020. Tem cumprido agenda administrativa, mantido a máquina em funcionamento, com falhas que são verdadeiras crateras, mas o barco está navegando.
Mas, e Zenóbio? Quando será que botará outra vez os pés nos batentes da “casa de pombos”?
Perguntada sobre, a herdeira política, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB), deu o tom da reticência que paira no ninho do tucanato guarabirense: “só Deus sabe”.
Segundo “a moça do calendário”, não há nenhuma definição nesse sentido e tudo vai depender da avaliação dos médicos e da “vontade de Deus”.
O certo é que a saída forçada de Toscano para cuidar das sequelas oriundas do AVCI, sofrido no final de maio próximo passado, foi ruim para a cidade, ruim para os colaboradores da gestão, ruim para os opositores e bom somente para Marcus Diogo fazer política.
Justifico a afirmativa de que não foi uma boa para os adversários olhando para a lógica do esvaziamento do discurso contra a figura central. Afinal, criticar alguém que está em tratamento de saúde, que foi acometido de tão grave problema clínico, seria um tiro no pé.
Resta esperar a volta, que pode ocorrer legalmente a partir de primeiro de setembro, ou pode haver pedido de nova licença de 30 dias. A Lei Orgânica do Municipal não prevê limites de pedidos de licença em casos para tratamento de saúde. O que pode ocorrer é a Câmara solicitar que o prefeito seja submetido a uma avaliação de junta médico, o que é pouco provável que ocorra, dada a reconhecida situação de saúde de Zenóbio.
Nada mais resta fazer a não ser esperar. Toscano está sendo assistido pelos melhores profissionais e se depender da vontade dele e da medicina pode surpreender e voltar bem antes do esperado. A renúncia não está descartada. Alguns familiares caros a ZT têm defendido isso com veemência, mas ele é teimoso.
Seja qual for o tipo do acidente, as consequências são bastante danosas. Além de estar entre as principais causas de morte mundiais, o AVC é uma das patologias que mais incapacitam para a realização das atividades cotidianas.
Zenóbio ficou com sequelas na fala e faz sessões relares de fonoterapia para recuperar a capacidade de pronunciar as palavras.
Jota Alves é radialista com passagens pelas rádios Constelação FM e Rural AM de Guarabira, Tabajara de João Pessoa e jornais Folha do Brejo e Jornal da Paraíba. Atualmente é editor e articulista político do Portal 25 Horas.
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