A Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria, promoverá nestas terça e quarta-feira (11 e 12), no auditório de Fonoaudiologia do Centro de Ciências da Saúde, na UFPB, em João Pessooa, a Oficina “Mulher trabalhadora que amamenta”, para profissionais de saúde.
O objetivo é capacitar profissionais para o trabalho de sensibilização, orientação e apoio aos gestores e patrões de instituições públicas ou privadas que tenham mulheres em período fértil, para implantação de salas de apoio à amamentação, sensibilização para adesão à licença maternidade de seis meses, entre outros, explicou Thaíse Ribeiro, diretora do Centro Estadual de Referência para Bancos de Leite Humano Anita Cabral.
A oficina terá a participação de representantes de empresas interessadas em realizar o processo, Ministério Público do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho, Sindicatos, Vigilância Sanitária, Pastoral da Criança, Movimento Nós Podemos Paraíba, Rotary Club, entre outros.
Estrutura – Segundo Thaíse, o Ministério da Saúde recomenda a instalação de Salas de Apoio a Amamentação, que são locais destinados à retirada e estocagem de leite materno, durante a jornada de trabalho, e têm por finalidade atender às mulheres que precisam esvaziar as mamas, durante o expediente, para oferecer o leite à criança em outro momento ou até mesmo para doação a um banco de leite humano, favorecendo o aumento da prevalência do aleitamento materno e a diminuição da mortalidade infantil que leva, principalmente, ao incremento das taxas de internação infantil e ao absenteísmo das trabalhadoras.
A sala não exige uma estrutura complexa. Por isso, sua implantação e manutenção são de baixo custo. A recomendação é da portaria nº 193, de 23 de fevereiro de 2010, da Anvisa, que orienta a instalação de sala de apoio à amamentação em empresas públicas ou privadas e a inspeção destas salas pela vigilância sanitária local.
“As empresas podem colaborar, através dessa ferramenta, com a melhora da saúde dos paraibanos e o bem-estar de suas trabalhadoras, bem como com a responsabilidade social no alcance das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Sendo assim, essa oficina tem a perspectiva de formar multiplicadores no intuito de sensibilizar e acompanhar as empresas interessadas para a formação das salas. Esse processo contará ainda com a visita a empresas que se dispuseram a implantar o projeto”, afirmou Thaíse.
Alternativa – Atualmente, as trabalhadoras que decidem ter filhos desfrutam de alguns benefícios trabalhistas de apoio à maternidade, que contribuem para que amamentem, exclusivamente, nos primeiros seis meses de vida, como recomenda a Organização Mundial de Saúde. Nas cidades nas quais a distância do trabalho e a casa impossibilitam as mamadas em intervalos (e a creche no trabalho é um recurso pouco disponível), surgiu uma solução que une a vontade da mãe de seguir com amamentação conforme se recomenda, e o momento de voltar a trabalhar, que são, justamente, as salas de apoio à amamentação.
Os dados revelam que o trabalho fora de casa dificulta ou leva à interrupção da amamentação. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 34% das mães brasileiras que voltam ao trabalho deixam de amamentar, mesmo recebendo todos os benefícios trabalhistas da Constituição Brasileira de 1988 (Licença 120 dias, licença paternidade de 5 dias, etc.). No entanto, é possível conciliar vida profissional e amamentação, desde que o local de trabalho faça a sua parte.
Secom