Uma operação em conjunto na Vila Cruzeiro, na Penha, na manhã desta terça-feira (24) deixou uma moradora e 10 suspeitos mortos e ao menos dois feridos, segundo o Hospital Estadual Getúlio Vargas, para onde foram levados. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão desde cedo na comunidade, na Zona Norte do Rio, e, segundo a PM, foram atacados a tiros quando iniciavam uma “operação emergencial”, com o objetivo de prender chefes da maior facção criminosa que atua no estado e que estariam escondidos no local.
A polícia afirma que chefes da facção em outras favelas do Rio — como Jacarezinho, Mangueira e Providência —, do Salgueiro, em São Gonçalo, e até de estados do Norte e do Nordeste também estão abrigados na Penha.
Às 7h20, policiais e criminosos ainda trocavam tiros na região de mata no alto da Vila Cruzeiro. A PM usa um helicóptero blindado durante a ação e diz que, até o momento, já apreendeu 11 fuzis, quatro pistolas, 10 granadas e drogas.
A PRF não informou ainda o motivo de estar na comunidade, já que é uma instituição que cuida das rodovias federais que cortam o estado.
Uma moradora, identificada como Gabriela Ferreira da Cunha, de 41 anos, morreu ao ser baleada na Rua Dr Luis Gaudie Ley, na Chatuba, durante a operação. Ela passava pela Rua Dionísio quando foi atingida por uma bala perdida. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil, fizeram uma perícia no local. Desde cedo, moradores relatam trocas de tiros na comunidade.
A Polícia Militar confirmou que 10 suspeitos também morreram. Eles e os feridos foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Parentes das vítimas estão na unidade de saúde em busca de informações. Até as 7h50, a PRF confirmou um mandado de prisão em aberto contra ao menos um dos baleados; ele era procurado.
As operações começaram ainda de madrugada, pouco depois das 4h. De acordo com o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da instituição, lamentou a morte de Gabriele e destacou que “criminosos da favela estão portando armas de guerra”.
— Foi a perda de uma vida inocente. A gente não vai ter um grande êxito numa operação quando temos a morte de uma inocente, uma senhora de 41 anos. Infelizmente é necessário que a gente faça uma operação como essa. Precisamos de homens e mulheres para fazer uma operação como esta, porque não é normal criminosos atuarem nessas comunidades com arma de guerra — destacou.
A PM afirma que fez a ação emergencial após detectar que haveria uma reunião da quadrilha na comunidade e por isso a decisão da operação.
Fonte: Extra Online