A sessão de abertura dos trabalhos legislativos na Câmara de Vereadores de Guarabira, realizada na tarde desta terça-feira (2) foi marcada por acirramento dos ânimos. Convocados pelas redes sociais, funcionários da prefeitura lotaram o plenário para acompanhar o prefeito Zenóbio Toscano (PSDB), que levou a sua mensagem aos vereadores.
Na mensagem lida, o prefeito fez um relato das ações administrativas, se queixou das sucessivas quedas na arrecadação e revelou preocupação em ter recebido expediente do Tribunal de Justiça da Paraíba, comunicando que a partir de 2017 serão cobrados mais de R$ 4 milhões em títulos precatórios, divididos em 12 meses.
Depois das formalidades, os vereadores passaram a indagar o prefeito sobre algumas questões inerentes ao trato do Poder Executivo com o Legislativo. O vereador Lucas Porpino (DEM) historiou algumas declarações dadas pelo prefeito em entrevistas de rádio, pondo em cheque a conduta dos parlamentares e disse que o prefeito, em sua convenção partidária, taxou os vereadores de corruptos, entre outros termos depreciativos.
Em sua resposta a Lucas, Toscano cobrou explicações ao vereador a respeito do episódio de sua renúncia da Presidência da Câmara e disse que o argumento de falta de tempo para tocar os negócios não justificava. Lucas foi à réplica e disse que o estilo de fazer política do prefeito está fadado ao fracasso e disse que estava saindo da política para não participar desse jogo.
Mais adiante, o prefeito fez sérias acusações contra o presidente da Câmara, vereador Inaldo Júnior (PTB), pré-candidato a vice-prefeito na chapa do PMDB. Segundo o gestor, Inaldo está descontando imposto de renda dos subsídios dos vereadores e não está repassando, assim como as contribuições previdenciárias não estão sendo repassadas para o Instituto de Assistência e Previdência Municipal (IAPM). De acordo com Toscano, o volume de recursos já ultrapassa R$ 50 mil.
O vereador Zé Ismail (PHS) retrucou a fala de Zenóbio e perguntou por que ele sabia que Inaldo não estava repassando há meses e somente agora está fazendo a denúncia, depois do rompimento político do presidente da Câmara com prefeito. Daí foi desencadeado um bate-boca entre o prefeito, Ismai e outros vereadores, somado aos gritos da plateia que foi apenas para dá suporte ao prefeito.
Na impossibilidade de continuar as discussões, o presidente suspendeu os trabalhos por cinco minutos. Ato contínuo, o prefeito pegou os documentos utilizados para denunciar Inaldo e se retirou da Câmara. Partidários dos blocos políticos que se acotovelavam no plenário passaram a gritar e vaiar o prefeito, chamando-o de fujão.
Ouça a denúncia de Zenóbio
Ouça o questionamento de Ismai