O presidente venezuelano, Hugo Chávez , morreu nesta terça-feira, aos 58 anos. Vítima de câncer, o líder teve uma trajetória política marcada por polêmicas e rivalidades dentro e fora da Venezuela.
Chávez havia sido internado em Cuba, onde foi submetido a uma terceira cirurgia para a retirada de um tumor. Essa foi a quarta operação desde junho de 2011, quando uma intervenção de emergência por um abscesso pélvico permitiu a descoberta do câncer.
Antes de viajar a Havana , Chávez nomeou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro , como sucessor para liderar a sua revolução socialista caso ficasse incapacitado.
Trajetória
Chávez iniciou sua história política ao liderar uma tentativa frustrada de golpe de Estado em fevereiro de 1992, contra o governo do então presidente Carlos Andrés Pérez.
No golpe de 1992, Chávez e membros do Movimento Revolucionário Bolivariano protestavam contra medidas de austeridade econômica do governo de Pérez. Os confrontos deixaram 18 mortos e 60 feridos. A tentativa frustrada levou Chávez a ser detido por dois anos, quando foi libertado graças a uma anistia do novo presidente Rafael Caldera. Uma segunda tentativa de golpe contra o presidente, em novembro do mesmo ano, foi novamente reprimida.
‘Inimigo’ dos EUA
Na região, Chávez esteve amparado por líderes esquerdistas de retórica antiamericana. Como o caso dos presidentes Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Daniel Ortega (Nicarágua), além do ex-mandatário hondurenho Manuel Zelaya e dos cubanos Raúl e Fidel Castro. Chávez também era próximo do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva , com quem, para alguns analistas, disputava a liderança da América Latina.
Dentro de casa
Dentro de casa, o projeto político de Chávez marcou a história da Venezuela dividindo o país entre chavistas e não chavistas.
Seu governo buscou nacionalizar empresas, petrolíferas estrangeiras, além de diversas indústrias – como as de cimento e metalurgia. Além disso, implementou uma série de programas sociais de educação e saúde, conhecidos como “missões” , mas não conseguiu reverter a pobreza crônica e o desemprego do país.
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