O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou nota hoje em que faz uma errata à pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”, que causou polêmica na semana passada. O número de maior repercussão mostrava que 65% dos brasileiros concordavam com a afirmação “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Na verdade, o número é 26%.
De acordo com o Ipea, 70% dos brasileiros discordam parcial ou totalmente desta frase, número ainda maior que os supostos 65% que teriam respondido que concordavam, na última semana.
A confusão foi gerada, segundo o Ipea, pela troca entre as respostas de duas perguntas.
O diretor da área de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Osório, pediu exoneração do cargo após o erro ter sido percebido.
Nos últimos dias, a pesquisa já estava sendo alvo de contestação. Especialistas apontavam que as respostas eram contraditórias. (veja os argumentos)
É questionado ainda o fato de 66% dos entrevistados na pesquisa serem mulheres, enquanto elas representam 51% da população brasileira.
O instituto defende que as conclusões gerais do estudo permanecem válidas.
“Os demais resultados se mantêm, como a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros. As conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos”, defende o Ipea.