Os réus, entre eles Rafaela, foram citados por edital para apresentar defesa prévia no processo, mas não se pronunciaram. Para a Justiça, eles tentam obstacular o andamento processual. O processo corre em segredo de Justiça.
Em sapé, a polícia diz ter encontrado provas de que o pagamento para as empresas de eventos ficava com o próprio prefeito. O pagamento era feito ao empresário, mas o empresário imediatamente remetia esse cheque ao prefeito da época João da Utilar esposo de Rafaela.
Segundo as investigações, a primeira dama de Sapé também lucrou com a festa de São João deste ano. De acordo com os promotores, era ela quem vendia os camarotes montados na praça onde ocorre o evento. Só que o dinheiro não foi parar na prefeitura, foi direto para o bolso dela. Pelo menos 40 camarotes foram negociados dessa forma pela primeira-dama, segundo os promotores.
Na época, o assunto teve grande repercussão na mídia nacional tendo inclusive o Fantástico procurado os prefeitos acusados. O único que atendeu a reportagem,foi João Clemente Neto, o João da Utilar, de Sapé, que segundo a polícia, ficava com os cheques que deveriam ir para as empresas de eventos.
Durante um ano, as investigações feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do MPPB constataram a participação direta de prefeitos, seus familiares e servidores públicos, além de empresas “fantasmas” que foram constituídas com a finalidade de desviar dinheiro público e fraudar procedimentos de contratação de serviços para a realização de eventos festivos (Ano Novo, São João e São Pedro, Carnaval e Carnaval fora de época, aniversários das cidades, etc).
Conforme a denúncia, gravações autorizadas pela Justiça mostraram que os prefeitos das cidades paraibanas de Solânea, Alhandra e Sapé beneficiavam amigos e parentes com um esquema de desvio de verbas para festas populares. A fraude foi desmontada pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Federal na operação “Pão e Circo”.
Iniciada em junho de 2012, a ‘Operação Pão e Circo’ desarticulou um esquema criminoso dedicado a fraudar licitações e desviar recursos públicos federais, estaduais e municipais, que resultaram na prisão de três prefeitos.
Segundo a denúncia as fraudes eram feitas em licitações, dispensas e inexigibilidades de licitação, contratos com bandas musicais, montagem de palcos, som, iluminação, comercialização de fogos de artifício, shows pirotécnicos, aluguéis de banheiros químicos e serviços de segurança.