O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o diretor geral de operações do COB, Leonardo Gryner, foram presos na manhã desta quinta-feira em suas respectivas residências, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os dois foram conduzidos por agentes à sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, e depois serão levados à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Nuzman e Gryner, considerado seu braço direito, são investigados pela compra de votos na eleição que definiu o Rio de Janeiro como sede olímpica de 2016.
De acordo com o Ministério Público, a prisão temporária de cinco dias foi motivada pelo entendimento de que Nuzman tentou “conferir aparência de transparência e licitude a bens que estavam ocultos” e foram descobertos na deflagração da Operação Unfair Play (traduzida para Jogo-Sujo), um desdobramento da Operação Lava-Jato, no início de setembro. Após a apreensão de bens, objetos e documentos, Nuzman retificou a declaração de Imposto de Renda dele para incluir os R$ 480 mil apreendidos pela PF em sua residência, além de 16 barras de ouro de 1kg cada, guardadas em um banco na Suíça.
De acordo com o MPF, as prisões temporárias de Nuzman e Gryner eram imprenscindíveis não só como garantia da ordem pública, como para permitir bloquear o patrimônio e impedir que ambos continuem cometendo crimes e ocultando provas. Segundo os investigadores, as provas colhidas na primeira etapa da “Unfair Play” mostram evidências de que Nuzman e Gryner foram os agentes responsáveis por fazer a ligação entre o esquema de propinas de Cabral e membros africanos do COI, por meio de Arthur Soares.
O esquema de corrupção, segundo os investigadores, tem a participação do ex-governador Sérgio Cabral. O dinheiro teria vindo do empresário Arthur Cesar Soares de Menezes Filho, conhecido como Rei Arthur, que também teve mandado de prisão decretado, mas está foragido da justiça.
Fonte: G1