Por causa de uma intensa reação de manifestantes da CUT e do movimento LGBT nas galerias da Assembleia Legislativa da Paraíba, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixou o plenário sem conseguir usar a tribuna. Por volta das 11h10, ele saiu do legislativo e deu uma entrevista coletiva no setor de taquigrafia na qual fez acusações aos deputados Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB), além de criticar o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) por suposta omissão no envio de tropas da polícia para garantir a segurança do parlamentar federal, que teria sido atingido por um objeto arremessado das galerias.
Eduardo Cunha chegou a dizer que Anísio teria articulado a manifestação e permitido a entrada dos representantes de segmentos populares na Assembleia. O presidente ainda declarou que Estela Bezerra teria impedido que as tropas da PM estivessem presentes na Casa Epitácio Pessoa.
“Acho muito estranho que o governador não tenha garantido a segurança nesta Casa. É lamentável que ele tenha se omitido em resguardar o patrimônio público. O presidente da Assembleia na minha frente pediu a presença da polícia, mas o governo deu ordem para a polícia voltar”, disse Cunha, sem querer comentar as duas manifestações contrárias a ele em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Anísio Maia negou a acusação e disse que Eduardo Cunha tem medo do povo: “Eu não orquestrei manifestação nenhuma porque se eu tivesse feito isso, eu estaria na linha de frente porque não sou homem de me esconder”.
Já a deputada Estela Bezerra lamentou o que chamou de “falta de equilíbrio” do presidente da Câmara dos Deputados: “Infelizmente, ele não tem o equilíbrio necessário a um deputado e presidente de poder. Vou processá-lo porque ele teria que provar o que disse contra mim. Eu sequer nem poder tenho para mandar a PM agir ou deixar de agir”.