A Polícia Civil da Paraíba, por meio do trabalho realizado pelo Núcleo de Homicídios da 3ª Delegacia Seccional de Cabedelo, cumpriu, na manhã da terça-feira (18), no município de Tibau do Sul (RN), um mandado de prisão contra Hedilberto Ribeiro Leite, de 37 anos. Ele foi condenado em última instância pelo assassinato do estudante Adriano Tozzi. A vítima foi morta com disparos de arma de fogo, na madrugada do dia 11 de novembro de 2000, durante uma festa na casa de shows Portal das Cores, que funcionava na praia de Ponta de Campina, em Cabedelo.
Na época, o homicídio teve grande repercussão por ter acontecido dentro de uma das casas de shows mais frequentadas do Estado. O local estava lotado quando o estudante foi atingido pelo tiro, que teria sido disparado durante uma discussão envolvendo ainda outra pessoa, Samuel Figueiredo, que depois foi absolvido do caso. Várias pessoas que estavam no Portal das Cores foram ouvidas e depois de reunir todas as provas substanciais do crime, a Polícia indiciou Hedilberto por homicídio. O segundo investigado, Samuel Figueiredo Ferreira Lima, teria dito durante depoimento que viu Hedilberto entrando com uma arma na casa de shows.
Em 2004, os suspeitos foram condenados pelo Tribunal de Júri de Cabedelo, mas a Câmara do Tribunal de Justiça da Paraíba anulou o julgamento dos réus, acatando recurso da defesa que alegou que a elaboração dos quesitos teria induzido os jurados a erro. O segundo julgamento do caso foi realizado em 2011, na época Hedilberto foi condenado a 13 anos de prisão e Samuel absolvido. Os advogados de Hedilberto recorreram ao Superior Tribunal de Justiça e em outubro do ano passado o processo foi transitado e julgado e devolvido para a Comarca de Cabedelo.
O delegado João Ricardo recebeu o mandado de prisão contra Hedilberto há sete dias e de imediato iniciou as investigações. “O nosso levantamento mostrou que Hedilberto não estava mais na Paraíba. Durante as nossas buscas recebemos informações que ele estava morando em Tibau do Sul e trabalhando como gerente de um restaurante. Na manhã da terça-feira, fomos até o local. Para não levantar suspeitas, chegamos lá agindo como turistas e, depois de identificar o investigado, esperamos ele ficar sozinho e apresentamos o mandado de prisão”, disse a autoridade policial.
O delegado também informou que Hedilberto não resistiu à prisão e demonstrou surpresa com a presença dos policiais, pois não sabia que o processo dele já tinha sido transitado e julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça. Hedilberto foi encaminhado para João Pessoa e foi apresentado nesta quarta-feira ao Juiz para a audiência de custódia, que indicará a unidade prisional em que ele será recolhido.