Passadas duas semanas do ofício desaforado do vice-prefeito de Guarabira, Dr. Wellington Oliveira, encaminhado ao prefeito Marcus Diôgo, até agora nem sinal de que o gestor pretende atender o que foi reivindicado no ofício e restabelecer a estrutura funcional do gabinete, desfeito no dia de dezembro passado.
Fontes ligadas ao vice-prefeito revelaram que Wellington procurou o chefe de gabinete do prefeito, Robério Arnaud, para dizer que está esperando pacientemente que seu gabinete seja reestabelecido com renomeação dos que foram exonerados.
Prefeito e vice se encontraram pela última vez no dia 28 de dezembro. Três dias depois, numa edição extra do Diário Oficial, Marcus exonerou mais de 50 ocupantes de cargos em comissão, inclusive todos do gabinete de Wellington.
No dia 3 último, o vice-prefeito encaminhou um ofício a Marcus exigindo que fossem readmitidos, reclamou que o ato não teve seu consentimento e nem conhecimento e considerou ter havido “retaliação por divergências administrativas”.
Numa entrevista concedida ao Portal25horas, o prefeito Marcus Diôgo alegou que as exonerações são normais e que precisava nomear as pessoas que passaram em concurso público. O prefeito negou que tivesse retaliado Wellington e preferiu não falar sobre possível rompimento político.
“De minha parte continua tudo do mesmo jeito. Conversei com Wellington no dia 28 de dezembro, falamos sobre as questões da gestão e não tem nada de extraordinário, estou fazendo o que qualquer gestor tem que fazer”, disse o prefeito.
Isolamento
Com o distanciamento do prefeito, Dr. Wellington acaba ficando isolado na estrutura da prefeitura de Guarabira. Num evento solene de posse da nova diretoria do IAPM, lá estavam presentes praticamente todos os ocupantes do primeiro escalão, o auditório lotado, mas o vice-prefeito não estava.
Wellington foi secretário de Saúde por uma década, mas atualmente é “persona non grata” na Secretaria, pelas críticas que tem feito ao comando da pasta. Quem for visto conversando com o vice-prefeito fatalmente encontrará alguém que levará ao prefeito e passará a ser olhado de forma “atravessada”.
Isso faz com que o vice-prefeito fique sem ambiente com os secretários, não tem como encaminhar demandas de pessoas próximas ou do público que sempre procura por assistência e não tem onde se abrigar, já que o gabinete não existe mais.
Nota 6,0
A crise entre prefeito e vice se instalou depois de uma declaração dada por Wellington ao responder sobre nota que daria à gestão. O vice-prefeito deu nota 6,0 e isso criou um ambiente tenso na relação deles, redundando com ato administrativo que se dispensa somente a adversário político.