Após a terceira derrota para o Vasco em três diferentes competições no ano (Campeonato Estadual, Série A e Copa do Brasil), o crédito que Cristóvão Borges recuperou nas recentes boas atuações (mesmo em derrotas como diante de Ponte Preta e Palmeiras) foi por água abaixo. A pressão da torcida por sua demissão voltou com força total e nos bastidores também. Após novo triunfo do rival por 1 a 0, enquanto alguns dirigentes falavam em “esfriar a cabeça” após a pífia atuação do time rubro-negro, outros admitiam que “não dá para brigar contra o mundo”.
Sem um vice-presidente de futebol e com um diretor-executivo, Rodrigo Caetano, cuja autonomia é restrita numa diretoria na qual as grandes decisões passam por um conselho; Eduardo Bandeira de Mello tem a bomba nas mãos. O que fazer, insistir com o treinador na esperança de uma recuperação rápida, ou demitir Cristóvão, acalmar a torcida e ganhar tempo? O clima eleitoral aumenta, em menos de 40 dias terminará o prazo para formação das chapas que concorrerão nas eleições de dezembro. E o presidente busca a reeleição num pleito que deverá ser disputado.
Evidentemente se no final de 2015 o time fechar bem a temporada, Bandeira só terá a ganhar. Votos inclusive. Mas se apesar das contratações, de Guerrero especialmente, o fechamento do ano for melancólico, naturalmente isso poderá se refletir nas urnas. Ex-vice de futebol, Wallim Vasconcellos já marcou data para lançamento de sua candidatura, tendo Rodolfo Landim como vice. Será no dia 31 de agosto, no Rio de Janeiro. Resultados no futebol são, obviamente, relevantes ao extremo num cenário no qual a oposição era parte da atual administração.
Há quem acredite que se Rodrigo Caetano sugerir a demissão do treinador o conselho irá acatar. O dirigente também se vê pressionado, inclusive a tomar uma decisão. A eliminação da Copa do Brasil para um Vasco em crise e na lanterna do Brasileiro causaria um terremoto na Gávea, capaz de levar mais gente, afinal. Bandeira, naturalmente, irá esperar o movimento de Caetano, que nesta quinta-feira obviamente terá que apresentar alguma sugestão, seja ela qual for. Não há mais clima para que o trabalho siga pura e simplesmente. Exceto se Bandeira bancar Cristóvão.