Foi na sexta-feira da semana passada, dia 3 de junho, por ocasião da plenária do Orçamento Democrático Estadual – ODE – que o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), assinou ordem de licitação para a primeira obra de sua gestão, depois de três anos e quase seis meses de mandato. O release divulgado pela Secom e publicado nos sites amigos do estado fala em gastos de R$ 12,5 milhões para materializar a obra, uma espécie de “terra prometida”.
Se consideramos o tempo do trâmite necessário com possibilidade de judicialização do processo licitatório, não é exagero afirmar dificilmente o primeiro tijolo será sentado ainda em 2022. É factível dizer que João sequer vai começar a primeira obra anunciada. Pode ocorrer de o próximo governador eleito ter que lançar a pedra fundamental.
É muito pouco para uma cidade da monta de Guarabira para a economia estadual. A se confirmar a previsão, passar um mandato inteiro em brancas nuvens chega a ser vergonhoso para um governo autointitulado socialista. Afinal, de que forma estão sendo socializados os recursos arrecados se para uma cidade do porte de Guarabira chegam apenas migalhas, restos de comida que caem da mesa farta da Granja Santana?
Não venham me dizer que reforma de escola, operação tapa buraco ou distribuição de quentinhas pode ser considerado obra. Manutenção dos prédios públicos e equipamentos públicos são algo corriqueiro em qualquer gestão e quentinha para os famintos é apenas a institucionalização da miserabilidade em que os paraibanos se encontram.
Aguardam por uma intervenção do estado ainda no atual mandato as estruturas físicas dos prédios do Hospital Regional de Guarabira e Unidade de Pronto Atendimento, prometidos por João, que estão em petição de miséria.
João passou o dia passeando pela região e ainda teve tempo de fazer uma visita ao Casarão da Cultura e prestigiar uma exposição de arte NAIF, contando com Marcus Diôgo (PSDB), prefeito da cidade, como anfitrião.
Durante a agenda do alcaide em solo encharcado entre as regiões do Agreste Brejo, João ainda teve que fazer escolhas políticas, mesmo não votando na cidade. Foi lhe perguntado pelo sagaz radialista Edicarlo Monteiro sua preferência entre os pré-candidatos socialistas a deputado estadual Célio Alves e Renato Meireles, que disputam a mesma cadeira na sala de estar do PSB.
Como resposta, João deu uma de ‘João sem braço’ e disse esperar que o povo vote nos dois. A resposta vinda do chefe foi ruim para quem esperava um posicionamento público do sucessor de Ricardo Coutinho. Quem tem dois não tem nenhum e quem prefere os dois não prefere nenhum.
Para além da disputa paroquial envolvendo os outrora amigos de partido e de partilhas, viu-se que um elemento novo foi adicionado. João Azevêdo lembrou que o nome do PSB para federal é Gervásio Maia, em detrimento da postulação de Raniery Paulino (Republicanos). O filho de Roberto Paulino abriu mão da reeleição para estadual, busca uma vaga de federal e não quer intruso no seu terreiro. Isso pode desencadear uma defesa de território por parte de Paulino. Gervásio é apoiado por Célio e o vereador Josa da Padaria.
Jota Alves é radialista com passagens pelas rádios Constelação FM e Rural AM de Guarabira, Tabajara de João Pessoa e jornais Folha do Brejo e Jornal da Paraíba. Atualmente é editor e articulista político do Portal 25 Horas.
E-mail: jota25horas@gmail.com