O governo de Cuba informou nesta quarta-feira (14) sua saída do programa social “Mais Médicos” no Brasil em virtude das declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro, que anunciou mudanças “inaceitáveis” ao projeto governamental.
Na Paraíba, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 134 cubanos atuam participando do programa em 70 municípios no Estado e podem deixar o estado após decisão do governo cubano. As cidades que contam com um número maior de cubanos são Pombal e Cajazeiras, no Sertão paraibano.
Apesar da saída do país do programa, não foi informado se os médicos terão que retornar à Cuba. No país são mais de 11 mil profissionais cubanos no Mais Médicos.
Após decisão do governo cubano, Bolsonaro usou sua conta no twitter para se pronunciar sobre o caso. “Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, afirmou.
Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele “expulsaria” os médicos cubanos do Brasil com o exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.
Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou o Mais Médicos e autorizou a dispensa da validação de diploma de estrangeiros ao julgar ações que questionavam pontos do programa federal, como acordo que paga salários mais baixos para médicos cubanos.