O segundo dia de sessões na Câmara para analisar a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff terminou às 3h42 da madrugada deste domingo (17), após 42 horas e 50 minutos de debates. A sessão que votará o processo ocorrerá na tarde deste domingo, a partir das 14h (veja ao final desta reportagem o roteiro da sessão).
Foi a sessão mais longa da história da Câmara dos Deputados. Só a fase de manifestação dos deputados das 25 legendas durou mais de 30 horas.
O encerramento da sessão se deu devido à finalização do total de inscritos presentes para falar. Ao todo, 249 se inscreveram, mas parte deles abriu mão do tempo para acelerar a sessão ou não estava presente no momento em que foi chamado. 170 deputados haviam se inscrito para discursar a favor da continuidade do processo, enquanto outros 79 eram contrários.
Antes de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixar o plenário, líderes dos partidos entraram em acordo para não usarem o tempo das lideranças na última sessão. Em vez disso, todo o tempo utilizado foi destinado aos deputados que estavam inscritos para se pronunciar na tribuna. Com isso, foi possível agilizar o andamento dos discursos e encerrar a sessão um pouco mais cedo.
Discursos começaram na sexta
As manifestações começaram sexta-feira (15), primeiro dia de sessão para análise do impeachment. Inicialmente, foram destinados 60 minutos para cada um dos 25 partidos se manifestarem.
Saiba como se manifestou cada um dos partidos
Em seguida, foram abertos os discursos individuais dos parlamentares que se inscreveram para falar a favor e contra a abertura do impeachment de Dilma. As falas dos parlamentares seguiram pela madrugada deste domingo (17).
Bate-boca
Na noite de sábado, alguns parlamentares se exaltaram enquanto faziam seus discursos e houve bate-boca. Os deputados Givaldo Vieira (PT-ES) e Rocha (PSDB-AC) tiveram seus discursos interrompidos e acabaram ganhando um minuto a mais para discursar.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) sugeriu que o tempo fosse parado se o parlamentar fosse interrompido, para que todos tivessem o direito a falar por 3 minutos.
Mais tarde, na madrugada de domingo, os deputados Sibá Machado (PT-AC) e Vitor Valim (PMDB-CE) protagonizaram um empurra-empurra no plenário. Sibá segurou o braço de Valim, que tinha chamado os petistas de “bandidos”. Em seguida, o peemedebista empurrou o colega.
Desistências
Foram 249 deputados inscritos para falar, mas 60 parlamentares de 14 partidos da oposição abriram mão de seus tempos já na noite de sábado para acelerar o processo e garantir que a votação tivesse início no fim da tarde deste domingo, como previa a Presidência da Câmara.
Fonte: G1