
Com as várias especulações dentro do PT sobre a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a ser candidato em 2014, a ordem no Palácio do Planalto passou a ser o de reforçar a convicção entre os interlocutores políticos de que a presidente Dilma irá disputar a reeleição. “Isso não está em discussão: a presidente Dilma disputará a reeleição. É o processo natural”, avisa um ministro petista com acesso livre ao Palácio do Planalto.
Interlocutores da presidente avaliam que essas especulações causam incômodo ao Planalto, pois ajudaria a desestabilizar politicamente o governo. Por isso, a ordem interna é de reforçar o discurso da reeleição. Essa reação do núcleo duro dos auxiliares mais fiéis à presidente Dilma não é por acaso.
Com a crescente insatisfação de petistas influentes com o tratamento recebido pelo Planalto, a possibilidade do retorno de Lula é estimulada de forma explicita por esse grupo. Principalmente depois da movimentação política intensa do ex-presidente nos últimos dias.
De toda forma, essas posições já explicitam um racha entre os lulistas e os dilmistas. “O PT está numa situação de conforto porque é o único que conta com duas opções: Dilma ou Lula. Mas isso pode virar um problema”, observa outro ministro petista.
Dirigentes petistas começam a trabalhar intencionalmente com o retorno de Lula por dois motivos. Do ponto de vista político, os petistas avaliam que o fantasma do retorno de Lula pode forçar Dilma a ser mais habilidosa e abrir canais de diálogo com o partido.
Ao mesmo tempo, há também uma avaliação pragmática de que Lula precisa ser uma espécie de reserva técnica, principalmente no cenário de turbulência na economia e na gestão do governo nesse ano de 2014.
G1/Blog do Camarotti