A paraibana Silvana Pilipenko e o marido dela, o ucraniano Vasyl Pilipenko, estão tentando recomeçar a vida em João Pessoa, onde estão morando desde o domingo (10), quando chegaram ao Brasil fugidos da guerra na Ucrânia. Silvana, que passou 32 dias conturbados na cidade de Mariupol, sob cerco de tropas russas, está morando com a família em um apartamento do casal, no bairro de Jaguaribe, e falou um pouco sobre a nova rotina em entrevista à CBN Paraíba, nesta quarta-feira (13).
“Estamos tentando recomeçar aqui, criar uma rotina, para todos nós, mas atualmente a gente está vivendo em função de cuidar da minha sogra, a prioridade é os cuidados dela”, explica Silvana.
Yulia Pilipenko, mãe de Vasyl e sogra de Silvana, tem 87 anos, completados exatamente no dia em que a família chegou ao Brasil. Ela é ucraniana e, segundo Silvana, não fala nenhuma palavra em português, com exceção de “obrigada”. A idosa não queria vir para o Brasil, pretendia ficar na Crimeia, cidade russa onde a família se abrigou por pouco tempo, após ser resgatada de Mariupol com auxílio de Gabriel, filho de Silvana e Vasyl.
“A minha sogra veio com uma condição. Ela não queria se desligar da Ucrânia, da história de vida dela, e eu prometi que assim que a guerra acabar eu levo ela de volta para o país dela”, conta Silvana.
Por ser brasileira, Silvana tinha 15 dias para deixar a Crimeia, contados a partir da data que chegou lá. Vasyl e Yulia também só poderiam ficar no país vizinho por um tempo limitado de 90 dias. Inicialmente, a sogra de Silvana não queria vir para o Brasil, mas foi convencida por uma série de fatores.
“Ela e o meu marido são ucranianos e ficariam em território russo. Não sabíamos como eles seriam tratados lá, e também o local onde estávamos na Crimeia era um sítio, muito afastado, somente com uma farmácia e, mesmo assim, longe de casa. Yulia precisa de cuidados médicos, ela não ficaria bem ali”, conta a paraibana.
No Brasil, a idosa está com dificuldades para se adaptar, principalmente por causa do idioma e também do calor, isso sem contar a mudança de vida. “Ela está com o emocional abalado, chora muito, porque a história de vida dela ficou para trás. O apartamento onde ela viveu por 50 anos ficou para trás, com todas as recordações dela. Dentro do possível, estamos fazendo o melhor para dar conforto a ela”, explica.
Do g1pb