Nos 128 anos de Guarabira, uma pergunta não quer calar: as garças que existiam outrora, nestas pradarias, eram azuis ou brancas?
Segundo pergaminhos de origem supostamente hindus, encontrados recentemente no Himalaia, por monges tibetanos, as garças eram…
Não é nada disso. É só uma brincadeira pra descontrair.
Guarabira está chegando aos 128 anos de existência como Município. E pouco importa se as nossas garças eram azuis ou brancas. O que importa (infelizmente) é que nós, humanos, as dizimamos, sendo elas azuis ou brancas, como dizimamos os nossos saguis, os galos-de-campina, as matas, os rios (Salve o Rio Guarabira, quem lembra?)…. Dois camaleões (ou só resta um) ainda sobrevivem heroicamente na Praça João Pessoa, comendo restos deixados pelos pombos e fugindo das pedradas dos meninos e tendo Carlinhos e Diniz do Salão Visual como seus protetores. Quanto aos camaleões, ainda bem que não tem discussão sobre cor.
Infelizmente, Guarabira tornou-se uma cidade média (?) com problemas de cidade grande: ar poluído pelo lixão, poluição sonora insuportável, trânsito caótico (com o agravante de não vermos nenhuma providência do Poder Público – é como se o problema não existisse), muito lixo nas ruas (incrível não termos ainda um programa de coleta reciclada), problemas de mobilidade (Guarabira não possui um centímetro de ciclovia, embora tenhamos centenas de praticantes desta atividade), surgimento de bairros e comunidades completamente desorganizadas do ponto de vista estrutural e urbanístico, entre outros.
Aos 128 anos, continuamos com aquela discussão paroquial e atrasadíssima: quem fez mais, quem construiu mais, quem é o bonzão, o redentor, o salvador da pátria, a quem os guarabirenses devem beijar a mão: Zenóbio ou Roberto? Uma pena! Já deveríamos ter avançado para discussões mais macro e com outros personagens.
Em minha opinião, quem contribuiu para o crescimento de Guarabira, muito mais que os políticos que há 30 anos se revezam no poder, foram as emissoras de rádio. A partir do surgimento da Rádio Cultura, em 1979, Guarabira passou a ser vista como um polo regional e, por isso, crescer. Em seguida vieram as demais emissoras, que se juntaram neste trabalho de difusão da marca Guarabira. Eis quem mais fez.
Cláudio Cunha é radialista e advogado