
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu nesta terça-feira elevar o custo da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para 9,49 reais por cada 100 kwh consumidos, ante valor de 6,243 reais por 100 kwh, em meio a impactos do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Em junho, a bandeira tarifária já se situou em nível 2, o mais caro. Mas a Aneel decidiu agora elevar em 52% o valor do patamar mais custoso, que tem sido importante fator de alta da inflação no país.
A Aneel havia apontado anteriormente que o novo valor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para julho seria decidido na reunião desta terça-feira.
A situação hídrica, fruto do pior período úmido em 91 anos na área das usinas, leva ao maior acionamento de termelétricas, mais caras, cujo custo incluído nas tarifas dos consumidores é coberto pelas bandeiras.
A reunião na Aneel foi marcada por debate entre diretores da agência sobre como conciliar o necessário aumento de custos das bandeiras, diante de uma seca histórica e de déficit de arrecadação do mecanismo, sem desrespeitar parâmetros que regem a definição de custos extras aos consumidores.
Essa discussão, ao final, levou diretores da Aneel a concordarem em abrir uma nova consulta pública nos próximos dias para avaliação do valor da bandeira tarifária patamar 2, o que indica a possibilidade de novo aumento de custo.
Antes, o diretor Sandoval Feitosa argumentou que, no caso da manutenção do valor anterior da bandeira vermelha nível 2, os custos superariam as receitas geradas pelo mecanismo em aproximadamente 5 bilhões de reais até o final do ano.
Mas ele também ressaltou a importância de os consumidores serem ouvidos, antes de um aumento mais acentuado na bandeira tarifária, uma vez que há sinalização de que o cenário hídrico exigirá bandeira vermelha patamar 2 até o final do ano.
Para zerar o déficit da chamada conta bandeira, ele destacou que seria necessário elevar o custo do patamar vermelho nível 2 para 11,50 reais por cada 100 kwh consumidos.