O senador Randolfe Rodrigues (Rede) já recolheu 27 assinaturas, número suficiente para dar entrada com pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – para investigar interferência do presidente Jair Bolsonaro no esquema de corrupção do MEC ao avisar ao ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, que a Polícia Federal faria uma busca e apreensão em sua residência.
Dos três senadores paraibanos, Veneziano Vital (MDB) e Nilda Gondim (MDB) já assinaram o pedido, mas a senadora Daniella Ribeiro (PSD) se nega a assinar o requerimento para abrir o processo de investigação. A senadora não disse as razões de ser contra investigar a corrupção que tirou dinheiro da educação para o bolso de pastores corruptos.
Entenda o caso
Milton Ribeiro, preso semana passada acusado de liderar um esquema criminoso de propinas no MEC, foi flagrado em escuta telefônica autorizada pela justiça, relatando ter recebido telefonema de Bolsonaro, quando estava nos EUA, em companhia do ministro da Justiça, Anderson Torres. O presidente disse a Milton que estava tendo um “pressentimento” de que a PF faria uma busca em sua casa, o que ocorreu dias depois.
O ministro da Justiça disse nas redes sociais que não tratou com Bolsonaro sobre operação da Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério de Torres.
Os senadores querem ouvir os envolvidos nas escultas telefônicas, convocar pessoas ligadas ao escândalo do “Bolsolão do MEC”, inclusive os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, também presos, suspeitos de operar o esquema.
O ex-ministro Milton Ribeiro também teve conversa gravada em que afirmou dispensar tratamento especial e atender o pastor Gilmar, a pedido do presidente Bolsonaro, o que à demissão do ministro.