Tropas russas explodiram um gasoduto na cidade de Kharkiv, disse o serviço estatal de comunicações especiais e proteção de informações da Ucrânia neste domingo.
O Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia afirmou que um prédio residencial de nove andares na cidade foi atingido por “artilharia inimiga” na noite de sábado, matando uma mulher.
O serviço de emergência disse que a edificação foi amplamente danificada e cerca de 80 pessoas foram resgatadas. A maioria estava abrigada na base.
Na manhã deste domingo, no horário local, autoridades ucranianas informaram que tropas russas conseguiram entrar em Kharkiv. Batalhas foram travadas na região central.
A informação foi passada pelo chefe da Administração Estatal Regional de Kharkiv, Oleh Synehubov.
Synehubov pediu aos moradores que fiquem em abrigos e não se saiam para nenhum lugar. Veículos russos entraram na cidade neste domingo, acrescentou.
“Os veículos do inimigo russo avançaram para a cidade de Kharkiv. Incluindo a parte central da cidade. Aviso! Não deixem seus abrigos!”, alertou o governador Synyehubov em um post no Facebook.
Explosões iluminam o céu de Kiev na madrugada deste domingo
Duas fortes explosões iluminaram o céu do sudoeste de Kiev por volta de 1 h da manhã no horário local (20 h no horário de Brasília) já deste domingo (27) no país do Leste Europeu. As explosões pareciam estar a 20 quilômetros do centro da capital ucraniana. O céu noturno se iluminou por vários minutos.
As explosões podem ter ocorrido em torno de Vasylkil, cerca de 30 quilômetros ao sul de Kiev. A cidade tem um grande aeródromo militar e vários tanques de combustível.
Um incêndio em uma área de armazenamento de petróleo também foi visto na Base Aérea de Vasylkiv. A CNN verificou um vídeo do incêndio na área de armazenamento de petróleo a sudoeste da pista principal da base aérea.
Além da explosão, um forte tiroteio em um distrito ocidental de Kiev, na noite de sábado, matou um menino de seis anos e feriu várias outras pessoas, segundo um hospital local.
Serhii Chernysuk, médico do hospital Okhmatdyt, de Kiev, disse que os feridos incluem dois adolescentes e três adultos.
Porém, após os ataques da madrugada, a capital ucraniana amanheceu com uma suposta calmaria incomum, diferente do que foi registrado nos dias anteriores.
De acordo com a agência de notícias Reuters, citando fontes do governo, tropas russas foram vistas na cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia.
Por volta das 8 h do horário local, 3 h em Brasília, sirenes voltaram a tocar em Kiev. Pouco tempo depois, uma explosão foi ouvida na cidade. Não há informações do que pode ter causado o estrondo.
Com o alerta das sirenes, a embaixada brasileira em Kiev enviou uma mensagem por telegram pedindo às pessoas para procurarem abrigo.
Ucrânia aberta para negociações, mas não em Belarus
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rejeitou uma oferta russa de negociações em Belarus neste domingo (27), afirmando que o país era cúmplice da invasão da Rússia, mas deixando a porta aberta para negociações em outros locais.
O Kremlin disse que sua delegação estava pronta para se encontrar com autoridades ucranianas na cidade bielorrussa de Gomel.
Zelensky também pediu para que o poder de voto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU seja retirado e disse que as ações russas beiram o “genocídio”.
Em outro vídeo, dirigindo-se a “todos os cidadãos do mundo, amigos da Ucrânia, paz e democracia”, Zelensky disse: “Qualquer um que queira se juntar à defesa da Ucrânia, da Europa e do mundo pode vir e lutar lado a lado com os ucranianos contra os criminosos de guerra russos.”
Mais de 150 mil refugiados
O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, Filippo Grandi, disse no sábado (26) que mais de 150 mil pessoas foram forçadas a fugir da violência russa na Ucrânia.
“Mais de 150.000 refugiados ucranianos já cruzaram a fronteira para países vizinhos, metade deles para a Polônia e muitos para a Hungria, Moldávia, Romênia e além”, afirmou.
“O deslocamento na Ucrânia também está crescendo, mas a situação militar torna difícil estimar números e fornecer ajuda”, acrescentou Grandi pelo Twitter.
Ajuda de Austrália e França
A Austrália vai trabalhar com os membros da Otan para fornecer armas à Ucrânia, disse o primeiro-ministro Scott Morrison a repórteres no domingo.
A medida para intensificar o apoio ocorre depois que o primeiro-ministro disse, na sexta-feira (25), que o país forneceria equipamentos militares e suprimentos médicos “não letais”.
A França enviará combustível e equipamentos defensivos para apoiar a resistência ucraniana à invasão russa, disse o governo francês em comunicado no sábado, após uma reunião parcial do conselho de defesa nacional.
A declaração não deu mais detalhes sobre o equipamento defensivo, mas uma fonte do Elysée disse a jornalistas no sábado que isso poderia incluir armas antitanque.
Europa e EUA anunciam que bancos russos estão fora do sistema Swift
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou durante pronunciamento no início da noite deste sábado (26) que alguns bancos russos foram excluídos do sistema global de pagamentos, o Swift. A medida é uma retaliação ao governo do presidente Vladimir Putin, que nesta semana iniciou uma invasão contra o território da Ucrânia.
“Vamos paralisar os ativos do Banco Central da Rússia. Isso vai congelar as transações e vai tornar impossível para o Banco Central para liquidar ativos. E, finalmente, vamos proibir os oligarcas russos de utilizarem seus recursos financeiros em seus mercados”, disse von der Leyen.
A representante da comissão disse ainda que “todas essas medidas devem danificar a capacidade de Putin de financiar sua guerra” e que “elas também terão e terão impacto erosivo em usa economia”.
“Putin abraçou um caminho para destruir a Ucrânia, mas o que ele está fazendo, na verdade, é destruir o futuro de seu próprio país”, finalizou.
Fonte: CNN Brasil