A admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, pela Câmara dos Deputados no último domingo, 17, sem que fosse apontado crime de responsabilidade, esteve na pauta dos discursos proferidos na manhã desta terça-feira, 19, na Assembleia Legislativa da Paraíba. Para o deputado Anísio Maia (PT), os que votaram pelo impeachment formam a maior concentração de corruptos do mundo, preocupados em ocultar e não combater a corrupção.
“Aqueles que votaram pelo impeachment estão nas mãos de Eduardo Cunha. Votaram para serem salvos. Se Cunha fizer uma delação premiada, irá entregar mais de 300 picaretas. Se eles conseguirem dar este golpe na democracia, a primeira providência será acabar com a operação Lava Jato e abafar todas as investigações”, afirmou Anísio.
Anísio Maia ressaltou o baixo nível do debate na Câmara. Na atual legislatura, 198 deputados estão em seu primeiro mandato e agindo sem vinculação partidária ou ideológica, baseados em práticas fisiológicas. “A presidenta Dilma não se propôs fazer negociatas espúrias e este varejo fisiológico encontrou guarida em figuras como Eduardo Cunha e Michel Temer. Por isto, a esmagadora maioria dos deputados não votaram pelo povo, mas, por sua família e por si mesmos. Para estes corruptos o que importa é o seu próprio bem”, explicou.
“A grande imprensa brasileira é complacente porque faz parte desta farsa, mas o mundo inteiro vem denunciando a tentativa de golpe parlamentar, conduzido por políticos corruptos, contra a presidenta Dilma. The Guardian, El País, CNN, Der Spiegel, Financial Times e o The New York Times, o mais lido jornal do mundo, denunciou em editorial que as manobras golpistas de Eduardo Cunha.” afirmou o petista.
Para Anísio Maia, ninguém simboliza melhor o processo de impeachment do que a deputada Raquel Muniz (PSD-MG). “A deputada que é esposa do prefeito de Montes Claros homenageou o marido com seu voto, dizendo que o Brasil tem jeito e sua gestão na prefeitura de sua cidade mostra isto. Menos de 10 horas depois seu marido foi preso pela Polícia Federal por corrupção” concluiu.